CEUMI
CENTRO ESTUDANTIL DE UMBANDA MISSIONÁRIA ITUPEVA
MALANDRO
"Para Malandro na Umbanda não há obstáculos insuperáveis, pois as transformações promovem renovação e evolução constantes."
A Linha dos Malandros da Umbanda traz para dentro do ambiente Sagrado os excluídos da sociedade. Espíritos que em alguma encarnação, por conta do preconceito racial, foram considerados párias e marginalizados pela sociedade, mas que lidaram com essa adversidade sem perder sua Fé, sua identidade e seu bom humor, certamente que já apresentavam um bom nível pessoal de evolução. E após desencarnarem continuaram suas evoluções, até alcançarem um Grau perante a Espiritualidade, o qual lhes permitiu voltar à Terra na condição de Guias Espirituais, para nos reconduzir ao Divino.
Mas, afinal, alguns se perguntam o que um “malandro” teria para nos ensinar, qual seria a sua contribuição dentro da religião? Primeiro, cabe lembrar que não estamos falando do “malandro” no sentido vulgar da palavra.
Os Espíritos que se apresentam na Umbanda dentro da Linha que corresponde ao Grau Malandro (com “M” maiúsculo!) vêm nos ensinar a flexibilidade, a capacidade de adaptação diante dos obstáculos, o “jogo de cintura” e o bom humor, que se obtêm através do sentimento de Fé na Vida e em si mesmo e do equilíbrio das emoções, dos pensamentos e dos sentimentos. De alguma forma, em algum momento das suas existências, eles vivenciaram tudo isso e podem nos auxiliar.
Seu arquétipo é da classe social mais sofrida e menos abastada. Retratam mesmo aqueles que viveram no morro, na marginal, na periferia. São marginalizados, no entanto não são marginais. Exemplo daquele que apesar do sofrimento e das dificuldades teve sabedoria para tirar humor da dor e driblar o baixo astral.
Defensores naturais das mulheres que sofrem com o aprisionamento machista parecem até galanteadores, mas nunca perdendo o bom senso do respeito. Estão afinados com a classe à qual formam seu arquétipo.
Mandingueiros, sabem muito bem como combater as Trevas e desmanchar feitiçarias e magias negra.
A grande “malandragem” que eles nos ensinam é como sermos flexíveis, nos desapegando e abrindo mão de ideias antigas, para nos renovarmos a cada dia, encarar a vida com leveza, sem guardar rancores e levar tudo para o campo pessoal, não perder o humor e estragar um dia por causa de um obstáculo, por maior que pareça, aprender com os próprios erros, para não repeti-los, pois quem anda atento na vida não vive caindo em buraco.
Regência principal: Ogum e Iansã
Campo de atuação: Limpeza energética, purificação e equilíbrio, corte de magias negativas e abertura de caminhos para a prosperidade
Atribuição: Os Malandros nos auxiliam através do sentimento de Fé na Vida e em si mesmo, do equilíbrio das emoções, dos pensamentos e dos sentimentos, podemos alcançar nossos sonhos, independente de nossa origem social e/ou econômica.
Elementos de Trabalho: Baralho, moedas, dados, palitos, palha da costa, pedras, pembas, sumos de ervas, barbante, linhas, fitas, búzios, sementes, côco, água de côco, terra, dendê, azeite de oliva.
Pedra (Otá): Quartzo branco leitoso, Cristal, Jaspe Vermelho, Granada, Citrino, Pirita, Topázio Imperial. No geral, as pedras brancas, vermelhas e amarelas embora eles possam manipular muitas pedras diferentes, de acordo com a necessidade do trabalho.
Ponto de Força: Nas esquinas e caminhos
Cores: Bicolor Branco e preto, branco e vermelho, vermelho e preto.
Dia da Semana: Terça-Feira
Nomes simbólicos: Zé Pelintra, Zé Malandro, Zé do Morro, Zé da Luz, Zé de Légua, Zé Moreno, Zé Pereira, Zé Pretinho, Malandrinho, Camisa Preta, Camisa Listrada, Sete Navalhas, Malandro do Morro, Maria do Cais, Maria Navalha.
Saudação: Salve os Malandros! Salve a Malandragem!
Oferenda para a Linha dos Malandros:
Toalhas ou panos Branco, preto e vermelho
Velas Branca, preta e vermelha
Fitas Branca, preta e vermelha
Pemba Branca, preta e vermelha
Fumo: Charutos ou cigarrilhas
Flores: Rosas e cravos vermelhos e brancos
Bebidas: Conhaque, Cerveja, Aguardente
Comidas: Farofa de farinha de milho amarela com carne seca, mandioca, abóbora e pimentas
Ervas para a Linha dos Malandros:
Ervas quentes preferenciais: Quebra demanda, arruda, guiné, comigo-ninguém-pode, aroeira, palha da costa, folha de bambu; folhas de laranja, folha de limão, folha de café, urucum, folha de bananeira, tiririca, orégano, espada de São Jorge, espada de Santa Bárbara, lança de São Jorge, salsinha.
Ervas mornas preferenciais: Levante, anis estrelado, boldo, alecrim, jasmim, manjericão roxo, folha de pitanga, louro, losna, mentas, hortelã.
Sugestão de banho: Quebra demanda, Levante e hortelã maceradas em água de chuva
Fonte: “Arquétipos da Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora / “Rituais Umbandistas - Oferendas, Firmezas e Assentamentos” de Rubens Saraceni - Editora Madras / umbandaeucurto.com / umbandaead.blog.br / umbandaedeus.blogspot.com.br / Curso Ervas na Umbanda - Adriano Camargo - Umbanda Ead
Imagem: Acervo Google imagens