top of page

PRETO VELHO

"Nos atendimentos nos Terreiros, Preto Velho é sinônimo de sabedoria, força emocional, simplicidade e bons aconselhamentos."

Os Pretos e Pretas Velhas, na Umbanda, são entidades elevadas que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina, da manipulação de ervas. São excelente mandingueiros, os verdadeiros psicólogos espirituais, mestres dos elementos da natureza, os quais utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.

No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do “preto-velho” pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam “com estas coisas” pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e de­senvol­vendo o sentimento de amor ao próximo.  Não existe uma Umbanda “boa” e uma Umbanda “ruim”, existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os “Preto-velhos”, todos fazem o bem sem olhar a quem, caso contrário não é de fato um “preto-velho”, pode ser alguém disfarçado de “velho-negro”, o “preto velho” trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.

Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão, a linha de preto velho reflita a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança. Não necessariamente todos foram escravos. Sua sabedoria e humildade são características marcantes e sua calma e ensinamentos são profundos. Apresentam-se na Umbanda sentados em seus banquinhos atendendo seus “fios e fias” com uma linguagem simples porém sábias. A característica principal desta linha é a sua elevada orientação espiritual.

O “preto-velho” é um ícone da Umbanda, resumido em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desenarcados de ex-escravos se identificaram e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral. São espíritos que se apresentam desta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente.

Na linha de Preto Velho, convivemos e aprendemos com o arquétipo do negro escravizado que superou as atrocidades de seus algozes e com esse sentimento de perdão, transcendeu, e neste momento compartilha por meio da experiência mediúnica virtudes como a humildade, simplicidade, caridade, calma, evolução, paciência, seriedade que só um espírito de luz, carregado de amor tem para dividir.

Toda essa sabedoria e acolhimento característico do mistério dos Pretos Velhos não é vivenciada tão profundamente nas outras linhas de trabalho, porque esse é, por excelência, o campo de atuação dos espíritos que trazem esse arquétipo. Todos esses que vêm a linha de Umbanda são chamados de guias não à toa, mas por serem em si a manifestação de determinado mistério de Deus. Então estar na presença dos nossos amados Pretos Velhos é estar em comunhão com a própria sabedoria de Olorum exteriorizada e manifestada nesses trabalhadores do astral.

A Linha de Pretos velhos na Umbanda é regida pelo mistério Ancião, na força dos Orixás Obaluayê e Nanã que são os Orixá sustentadores da evolução, da transmutação e transformação dos seres. Mas os Pretos Velhos também se apresentam dentro da linha de outros Orixás, e estão sempre dispostos a oferecerem conselhos, orientação espiritual, receitas e tratamentos caseiros de banhos de ervas, chás, entre outros, para os males do corpo e do espirito, e utilizam vários elementos nos seus trabalhos como o cachimbo, cigarros de palha (que usam como defumadores, para limpeza espiritual). É comum na Umbanda a prática da benzedura pelos Pretos Velhos, curas e rezas características de povos que em suas medicinas informais e tradicionais e carregados de bons sentimentos, promoviam o tratamento de enfermidades de suas comunidades. A cura é física, é emocional, é espiritual, é da alma e da carne. Do espírito e do âmago do nosso ser. Não importa como ela ocorra, se com um ramo de arruda ou com uma mironga de Nego Véio, também não importa a ferida curada, mas sim, os sentimentos depositados e transmitidos por esses velhos anciãos em cada passe e conversa com nós encarnados.

Quem se lembra da primeira conversa com uma Vovó? e no abraço reconfortante de um Pai Preto? ou a sensação de limpeza no momento que a fumaça que sai do cachimbo toca nosso corpo e purifica nossa alma?

Regência principal: Obaluayê e Nanã

Campo de atuação: Sabedoria e Perseverança

Atribuição: Atuam mostrando os caminhos para a Fé, através do amor de Deus, e do respeito ao próximo e a si mesmo. Fazendo com que as pessoas entendam e encarem seus problemas e procurem suas soluções da melhor maneira possível dentro da lei Divina, aliviando os sofrimentos e elevando o espírito para a luz divina.

Elementos de Trabalho: Ervas, palha da costa, cruzes, pembas, terços e rosários, cachimbos, bengalas, pedras.

Ponto de Força: Nos cruzeiros de cemitérios 

Cores: Branco e bicolor preto e branco

Pedra (Otá): As Pedras brancas ou pretas, Turmalinas negras, cristal, ônix branco ou preto e quartzo branco.

Dia da Semana: Segunda Feira

Data comemorativa: 13 de maio

Nomes simbólicos: Pai João, Pai Joaquim de Aruanda, Pai Benedito, Pai José De Angola, Vovó Maria, Vovó Maria D´Angola, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina, Vovó Benedita, Pai Francisco.

Saudação: Adorei as Almas!

Oferenda para a Linha dos Preto Velho

Toalhas ou panos Branco

Velas bicolor preta e branca e/ ou branca

Fitas pretas e brancas

Pemba brancas

Flores: Crisântemo branco, Lírio branco, Margarida, Rosa branca

Frutas: Todas, especialmente, Coco seco, uva Itália, melão, pera, pinha.

Bebidas: Café, vinho tinto suave, pinga, caldo de cana (garapa), água de cocô

Fumo: Cachimbos, cigarros de palha, fumos misturados com ervas

Comidas: Bolos de fubá e milho, arroz doce, canjica, tutu de feijão, rapadura, doce de abobora, quindim  

 

Ervas com a vibração a Linha dos Preto Velho

Todas, principalmente as ervas ligadas ao Orixá Obaluayê, Oxalá e Nanã ou as que reger o Preto Velho. 

Sugestão de banho: Arruda, Sálvia e Alfazema maceradas em água de fonte

Fonte: “Arquétipos da Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora / “Rituais Umbandistas - Oferendas, Firmezas e Assentamentos” de Rubens Saraceni - Editora Madras / umbandaeucurto.com / umbandaead.blog.br / umbandaedeus.blogspot.com.br / Curso Ervas na Umbanda - Adriano Camargo - Umbanda Ead

Imagem: Acervo Google imagens 

bottom of page